Já se passaram quase dois meses da sua morte, sem alardes nem grandes lamentações pela mídia nacional. Também pudera, “Boal detestava a mediocridade, o servilismo e o silêncio dos que fingem que não vêem o que se passa”, assim se expressou Luís Carlos Lopes na Carta Capital do dia 3 de maio.
Lembro-me da experiência de trabalhar com o método de Boal pelas mãos de Antonia Adorno. A Casa da Cultura cheia de gente que jamais pôs os pés num palco tampouco frequentou um teatro. Mas o que queria toda aquela gente? Ser atores, ser atrizes?
Não exatamente. Todos estavam ali para se expressar por meio da linguagem do dia-a-dia. Redescobrir seu próprio mundo com o olhar modificado pela crítica, pelo desvendamento de um outro mundo.
"A mídia costuma publicar só o que é espetacular, sensacional, mesmo que tenha que esconder a verdade. Hoje, fala-se mais da cor da pele de Barrack Obama do que do seu projeto político, como ontem falou-se mais dos seios da Carla Bruni do que das idéias direitistas do seu marido Sarkosy.
A mídia tem dono, e reflete as opiniões do seu proprietário: o Fórum Social Mundial não tem dono, e deve refletir as nossas."
Eram os assuntos do mundo que tratávamos naquela experiência baseada no Teatro do Oprimido. Todos que alí estavam buscavam uma nova maneira de resignificar sua praxis cotidiana. Reconhecer o verdadeiro adversário, se auto valorizar, ir à luta, ser parceiro, cúmplice, solidário. Saber reconhecer os canalhas
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