O SOL
Ela tem um sol azul adormecido
tatuado no seu dorso moreno.
Seus cabelos,
quase curtos,
roçam, sensual, sobre os raios.
E, enlouquecidos e em desespero
pelo roçar diário eterno
entregam-se inteiros
aos desejos do azul-sol.
Os cabelos são
tão lisos
tão livres
E tão brilhosos
Como se livres, lisos e brilhosos
fossem sinônimos lúbricos
criados por um deus
descuidado
curador de imensas luxúrias.
No tornozelo adormece uma corrente
transparente
que amarra o invés e o víeis
de olhares
templários pagãos de desejos inconfessos
relicários de mentiras, segredos e verdades.
Ela vive entre o meu início, o meu fim e o meu meio.
Ela tem tatuados em seus seios
falares, risos, sonos, beijos e receios.
Ela tem um celular azul envidraçado
e fala com a sua namorada
e sorri um sorriso deslumbrado
e fala um falar apaixonado,
um falar com fulgor de linda fêmea
como a fêmea que fala do outro lado.
Hermes Peixoto
Ela tem um sol azul adormecido
tatuado no seu dorso moreno.
Seus cabelos,
quase curtos,
roçam, sensual, sobre os raios.
E, enlouquecidos e em desespero
pelo roçar diário eterno
entregam-se inteiros
aos desejos do azul-sol.
Os cabelos são
tão lisos
tão livres
E tão brilhosos
Como se livres, lisos e brilhosos
fossem sinônimos lúbricos
criados por um deus
descuidado
curador de imensas luxúrias.
No tornozelo adormece uma corrente
transparente
que amarra o invés e o víeis
de olhares
templários pagãos de desejos inconfessos
relicários de mentiras, segredos e verdades.
Ela vive entre o meu início, o meu fim e o meu meio.
Ela tem tatuados em seus seios
falares, risos, sonos, beijos e receios.
Ela tem um celular azul envidraçado
e fala com a sua namorada
e sorri um sorriso deslumbrado
e fala um falar apaixonado,
um falar com fulgor de linda fêmea
como a fêmea que fala do outro lado.
Hermes Peixoto
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